segunda-feira, 28 de maio de 2012


 20 de setembro de 2020 achei que depois desse tempo todo eu iria te esquecer; 
          
        Mas eu não esqueci de momento algum ao seu lado, você agora é um amigo distante que me vê no caminho de volta do trabalho e mal diz boa tarde olhando para mim. Te encontrei na rua semana passada e eu tive que fingir que nada me incomodou, que te ver não tivesse me machucado, sentir seu cheiro sem te dar um beijo. AAH o seu beijo como eu me lembro… era tão bom. Você estava com sua aliança de noivado voltando do trabalho, fiquei orgulhosa pois achei que você seria para sempre aquele garoto com o cabelo bagunçado que jogava video game o dia inteiro e que nunca iria amadurecer mas eu estava errada. Mas pra falar a verdade eu deitava na minha cama e ficava imaginando um futuro com você, imaginava que você iria chegar do trabalho e eu estaria colocando o jantar na mesa, enquanto nossos filhos te abraçava e o nosso cachorro mordia a barra da sua calça então você me dava um beijo me levantava me abraçando forte. Ah são tantas lembranças e saudades de coisas e momentos que jamais se tornarão realidade. Mas sem querer você me diz que sua noiva estava gravida eu queria chorar pois queria que aquilo estivesse acontecendo com a gente, eu dei meus parabéns e que passaria qualquer dia na casa dele desejar meus parabéns para sua noiva. Mas eu sai correndo e sem saber que você percebeu que aquilo me abalou te dei tchau e fui a loja de bebidas no fim da rua, comprei 2 garrafas da vodka mais barata e 4 maços de cigarros. Adivinha para onde eu fui? Para a praça que costumava nos encontrar quando ainda mais novos, lembra? Me sentei na escadaria comecei a beber a e a fumar calmamente, a cada cigarro uma lagrima minha escorria com meus olhos abertos observando cada movimento que o vento fazia ao tocar as arvores. Por aqui nada mudou, a praça só está mais calma, vazia e silenciosa. Assim como o meu coração. Pego minha bolsa e dentro dela está um caderno velho e uma caneta, te escrevi uma carta me despedindo e nela estava escrita: 
“Olá meu pequeno garoto, como você mudou não? Ou melhor como nós mudamos, as coisas não são mais como antes, elas estão mais difíceis. Mas o meu sentimento por você nunca mudou, lembra de como você me abraçava e fazia eu me sentir como sua princesinha sua bebezinha que vc cuidaria para o resto da vida? De quando a gente se beijava e você me puxava pra perto de você? Assim eu me sentia tao feliz e protegida, acho que foi isso que fez eu me sentir tão atraída por você. Eu deitei no teu colo e senti cada batimento do seu coração, era como uma musica, como uma melodia perfeita que nunca poderia parar. Eu me senti amada e acolhida por você em cada verso, em cada detalhe, em cada abraço, em cada plano, beijo, risada, mordida…Ah me faz bem lembrar eu sinto seu cheiro do nada antes de dormir todos os dias… Durante esses anos todos. Eu te peço mil perdoes por estar contando isso logo agora que você não senti mais nada, mas me perdoe eu não tive força alguma para lutar. Eu to aqui no mesmo lugar onde nos beijamos pela primeira vez, quando eu peguei na sua mão pela primeira vez e senti que você era tudo que faltava em mim e que ninguém mais poderia prencher esse lugar, essa confusão que só vc sabe fazer em mim. Lembro de quando você me proibiu de beber e fumar. Mas as coisas estão tao difíceis meu amor. Me desculpe. Eu sei que você a ama eu sei, e sua noiva também te ama muito! Mas nada comparado ao que eu tenho sentido por você esse tempo todo. Eu fecho os olhos e vejo seu olhar, sinto o seu cheiro sinto a sua falta… Só estou lhe escrevendo para dizer que nunca mais vai me ver, nunca mais vou atrapalhar sua vida seus planos e seu futuro e também para lhe agradecer por tudo. Eu te amo tanto meu pequeno garoto.                
      “todas as vezes que fechar os olhos vai me sentir, para sempre” 
No verso escrevi: De sua eterna princesinha meu eterno garoto. Ela se levanta, coloca a carta na escadaria atrás da praça onde eles costumavam se encontrar, para a carta não voar ela coloca embaixo das garrafas vazias e um cigarro apagado ao lado. ”Então a pequena garota comete suicídio naquela mesma noite em seu quarto e seu corpo foi encontrado na manha seguinte”
O garoto vai ao enterro dela e na volta vai até a  praça onde eles se encontravam, muito abalado vai até as escadarias e começa a chorar pois ele ainda a amava muito e fazia alguns meses que ele queria contar a ela mas ele achou que ela estava feliz daquele jeito, sem ele por perto para atrapalhar a vida dela mais uma vez, mas ele estava errado. Ele olha para o lado e vê as garrafas o cigarro e a carta sem pensar duas vezes pega a carta e na hora sabia que era da garota. Ele chora muito mas já não a nada a fazer, então ele vive com a dor de perder seu grande amor, de deixa-la escapar tão facilmente tão friamente até os seus 37 anos quando ele comete suicídio na banheira do seu apartamento, onde vivia só, pois a alguns anos sua noiva tinha perdido o bebê depois foi embora sem dizer, apenas foi como a antiga princesinha dele. Dois dias depois encontraram seu corpo na banheira com os pulsos cortados, pálido, gelado e inchado por ingerir tanta água. Na parede do quarto dele estava escrito com seu próprio sangue “Eu vou ir te encontrar minha pequena” e na banheira flutuando estava a carta deixada na escadaria pela garota a anos atrás.
“Só queria mostrar atravez dessa historia que se você tiver um grade amor, por mais longe que ele esteja, por mais magoado ou por qualquer outro motivo se esse amor ainda estiver com você… Por favor, não deixe ele partir sem saber o quanto ele (a) realmente importa para você, pois essa dor e essa culpa podem permanecer com você até seu ultimo suspiro. Não o deixe escapar, ainda da tempo.”

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