quinta-feira, 31 de maio de 2012


“…Mas, sempre chega a hora do adeus. Pra tudo há-se uma despedida, carinhosa ou brusca, mas o adeus vem. Vem com lágrimas nos olhos, de uma saudade que ainda nem teve a chance de nascer, mas ainda sim chora com força. De uma falta, um vazio, de algo que ainda está do seu lado, ou em você. As despedidas vêm, mesmo sem querermos, mesmo sem chance de evitarmos. A necessidade gera a causa, e tudo muda. Muda demais. Muda mais do que se pode acompanhar só com os olhos… E com a minha vida não seria diferente. Cansei. Parei de me importar com o que não me constrói o riso, com o que não me torna menos triste. Deixei a minha vida cair, junto com as lâminas que correram por meus pulsos. Abracei minha culpa com a covardia de um suicídio, uma saída de emergência para meus assombros. Morri, por não poder mais viver. Morri, por chegar ao final do túnel tantas vezes, e não encontrar nada além de escuridão devorando escuridão, eclipsando qualquer esperança que eu tinha em mim. Me lancei do penhasco, deixei tudo para trás. Antes de minhas vistas se ofuscarem, eu pude ver a vida alvorecendo dentro de mim. Não por estar à margem da morte, mas por enfim me libertar do que devia ser minha vida.”

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